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Resenha | Frankenstein: O Filho Pródigo de Dean Koontz


O Filho Pródigo é o primeiro volume da série de Dean Koontz que reimagina a história de Frankenstein, o clássico de Mary Shelley, para os dias atuais. Um romance de suspense repleto de ação e violência, que mistura ficção-científica e horror para tecer uma nova interpretação à narrativa original, ao mesmo tempo em que faz uma homenagem a todo legado cultural de Frankenstein construído no imaginário dos fãs do gênero ao longo do século XX, desde as adaptações cinematográficas de James Whale para a Universal até as pessoas que realmente deram vida à figura da Criatura: Boris Karloff e Jack Pierce. Cada capítulo oferece várias referências a elementos literários e cinematográficos, seja em nomes de personagens ou citações. No universo de Koontz a história de Frankenstein é real.

Victor Frankenstein sobreviveu aos horríveis acontecimentos descritos na obra de Shelley e para aperfeiçoar suas artes macabras desapareceu das vistas da sociedade, seu primeiro sucesso foi descobrir um método para ampliar sua longevidade, ao longo dos séculos refinou suas habilidades de criar vida e preparou um plano para dizimar a humanidade. A trama é ambientada na Nova Orleans contemporânea, Frankenstein, agora conhecido como Victor Hélio, está criando uma "nova raça", seres autômatos de carne e osso que possuem uma constituição física superior ao humano comum e são programados para não sentir emoções e obedecer a todas as ordens de seu criador. Existe um exército de seres da "nova raça" infiltrados nos mais diversos setores da sociedade preparando terreno para a guerra que eliminará a "velha raça". 

Basicamente essa é a premissa de toda a série Frankenstein, o que O Filho Pródigo faz é apresentar os personagens que estão inseridos neste contexto. O primeiro deles é o próprio Victor Hélio, a versão de Koontz do cientista é insensível e sádica, seus experimentos com suas criações são violentos e cruéis e seus capítulos são os mais indigestos. Ao seu redor existem diversos seres da "nova raça" que são desenvolvidos ao longo da trama, Koontz os humaniza desde as primeiras páginas e o arco evolutivo destes personagens é tecido com uma sensibilidade ímpar, destaque para Erika Quatro, a quarta versão da "esposa" perfeita criada por Victor, que quanto mais tempo passa se dedicando a leitura, mais começa a questionar os motivos de seu criador, e Randal Seis, criado à semelhança de uma criança autista, que precisa enfrentar seus medos para entender sua condição.

A primeira criação de Victor Hélio, a Criatura de Frankenstein, também está viva e adotou o nome de Deucalião, enquanto a passagem dos séculos fez com que seu criador praticamente abdicasse de sua humanidade, a criatura se tornou mais humana e encontrou uma espécie de paz vivendo entre monges tibetanos. Essa existência é perturbada quando descobre que Victor ainda está vivo e morando em Nova Orleans, onde um serial killer está matando pessoas e coletando partes de seus corpos. É nesse contexto que Koontz apresenta os detetives Carson O'Connor e Michael Maddison, destacados para rastrear e prender esse assassino, são o mais próximo de protagonistas que o livro oferece. 

Estas são apenas algumas das histórias que compõe O Filho Pródigo, aos poucos os personagens começam a convergir e a trama principal da série começa a tomar forma. Este primeiro volume é um suspense cuja trama é centrada na busca por esse serial killer e embora esse aspecto seja bem finalizado, a grande maioria das subtramas iniciadas são deixadas em aberto. Seu texto oferece inúmeras discussões e reflete sobre o conceito de humanidade, mortalidade, autismo, violência doméstica, entre outros elementos. A escrita de Dean Koontz é dinâmica, capítulos curtos, intercalando a visão de diferentes personagens, dosando com assertividade violência, ação e emoção. O Filho Pródigo é uma leitura intrigante que oferece uma das melhores narrativas modernas de Dean Koontz.  

   
  Frankenstein: O Filho Pródigo (2010) | Ficha Técnica 
   Título original: Dean Koontz's Frankenstein: Prodigal Son (2005)
   Autor: Dean Koontz e Kevin J. Anderson
   Tradutora: Grace Taylor
   Editora: Prumo
   Páginas: 492 páginas
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   Nota:☠☠☠☠☠☠(10/10 Caveiras)

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