Sinopse:
No local há uma parada de descanso, em que um garoto de 10 anos, chamado
Pete Simmons, que lá brincava, acaba achando uma garrafa de vodca, bebendo até
desmaiar. Enquanto isso, um carro da marca Station Wagon coberto de lama, chega
ao local (ignorando a placa que diz que a parada não está mais em serviço). A
porta do veículo abre, mas de lá ninguém sai. Logo, Doug Clayton que por lá
passava, estaciona para ver se está tudo bem com o “motorista”. Dez minutos
depois, Julianne Vernon, também pára para ajudar, e encontra o celular de Doug
quebrado, próximo à porta do Wagon, e também acaba se aproximando demais…
Quando Pete acorda, ele percebe que há meia dúzia de carros na parada de
descanso da Milha 81, e descobre que duas crianças (Rachel e Blake Lussier) e
um cavalo chamado Deedee são as únicas coisas que sobraram, a não ser, é claro,
que você conte o Wagon.
Stephen King consegue transformar as tarefas e acontecimentos mais
banais em fontes infindáveis de terror e medo. Nenhum outro autor explorou
tanto a questão do horror associado a automóveis, que são retratados como
carros assassinos com personalidade própria ou então como sendo portais para
dimensões estranhas onde vivem as criaturas mais bizarras, e ainda até uma
revolução na qual os próprios veículos motorizados se rebelam contra seus
condutores e decidem ser a nova classe dominante do planeta. Milha 81 é seu
mais recente lançamento nacional na plataforma digital e-book, anteriormente A
Tribo, outra novela do mestre escrita em colaboração com Joe Hill, já havia
sido uma aposta da editora, no qual Stephen King novamente cria uma trama
assustadora centrada em um carro.
Milha 81 é uma parada de carros
abandonada envolvida por um ar sombrio. A pintura colorida e chamativa da
lanchonete antes atraente agora jaz em um tom de cinza fúnebre, enquanto antiga
cerca protetora luta para manter-se de pé em meio a buracos feitos por garotos
locais, que utilizam o lugar para beber e transar. Quem passa pela rodovia
estadual perde a curiosidade em um simples passar de olhos, a parada abandonada
parece exalar um odor pungente de desolação e decrepitude. Porém um observador
mais atento notaria um estranho carro parado de portas abertas no meio do
estacionamento, o que causa estranheza é a completa imundície que cobre o
veiculo, camadas pré-históricas de lama escondem o modelo e obscurecem a visão
das janelas. Quem seria louco de dirigir naquelas condições? O motorista com
espirito de bom samaritano logo estacionaria no acostamento da rodovia e
procuraria ajudar os possíveis donos daquele carro que parecessem realmente
estar em apuros. Ah! Mas adivinhe quem realmente estará em apuros?
A trama de Milha 81 segue duas
linhas distintas que se unem ao fim, em uma delas King escuta a voz de sua
criança interior e narra deliciosamente a passagem de um menino da infância
para a adolescência, através de seu primeiro com o álcool e o sexo oposto. Ao
mesmo tempo em que o tom de horror é mostrado através da enigmática figura do
carro. É uma história bastante curta, mas que consegue reter a atenção e
envolver o leitor no mistério que envolve a parada Milha 81, em uma leitura
ágil e dinâmica, King não se retém em explicar os porquês, mas simplesmente
narrar o como. Altamente indicado para quem gostou de ler Christine e Buick 8,
possui um estilo que lembra o bom e velho mestre do terror dos anos oitenta.
Adicione a premissa dos dois romances uma pitada de “A Balsa" e você terá
Milha 81. Leia!
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)
Se tivesse lido sua resenha antes de ler a história teria sido menos angustiante chegar ao final dela... O fato de não haver algumas explicações é de certa forma frustrante, pra mim pelo menos, pois adoro saber o que causou tudo e não somente o que está acontecendo. Contudo realmente me lembrou do King de antigamente, que é sua fase que mais gosto.
ResponderExcluirAmei a resenha!
Bjão!