Sinopse:
Na continuação da saga “Deuses
de Dois Mundos”, o ambicioso jornalista New continua a contar sua história. Ao
mesmo tempo em que alcança a posição profissional que sempre quis, ele se vê
dividido entre dois grupos poderosos, que podem lhe dar tudo que deseja ou
deixá-lo sem nada. Paralelamente, na África ancestral, o grande babalaô
Orunmilá e seu grupo partem em busca dos príncipes odus, única maneira de
impedir que o controle do destino de homens e deuses caia nas mãos erradas. Uma
traição permeia as duas histórias, que tem mais em comum do que se pode
imaginar.
Em Deuses de Dois Mundos: O
Livro da Traição a grandiosa jornada dos orixás africanos por uma terra
fantástica e ancestral continua com reflexos que ligam a sua trajetória a
outras épocas e mundos. PJ Pereira havia criado a história do grande adivinho
Orunmilá para ser contada em apenas um único livro, mas como quase sempre
acontece com as boas narrativas, ela criou vida própria e tornou-se uma
trilogia. Em O Livro do Silêncio, as bruxas ancestrais Iá Mi Oxorongá
sequestraram os dezesseis príncipes odus responsáveis pela troca de informações
entre Aiê e Orum fazendo com que os instrumentos de todos os adivinhos se
calassem, Orunmilá reúne o maior e mais poderoso grupo de guerreiros que
encontrou pelo caminho. Paralelo a essa aventura conhecemos Newton Fernandes um
jornalista, dos tempos atuais, que é recrutado pelos orixás para servir como um
odu substituto até que a missão em busca dos príncipes seja concluída.
O formato narrativo de O Livro
da Traição é o mesmo, intercalando as histórias de Orunmilá na África Ocidental
e de Newton no Brasil dos dias de hoje, de O Livro da Traição com o diferencial
de possuir mais tensão e ação que seu anterior, confrontos sangrentos e
perspicazes, uma aula de cultura e mitologia do povo iorubá além é claro muitas
traições aguardam o insaciável leitor durante a leitura. Como foi dito
anteriormente a história originalmente daria luz a apenas um livro, mas acabou
estendendo-se e tomou forma de mais volume, porém O Livro da Traição não serve
como um pilar para sustentar o terceiro volume, como é tradicional em livro que
compõe o meio de uma trilogia. Sua função é finalizar o arco que se iniciou
através da busca dos odus e seu final deixa aberto vários caminhos que a
narrativa de O Livro da Morte pode escolher trilhar.
Newton Fernandes narra sua vida
de jornalista em uma cidade gloriosa onde por sem quem é consegue receber
grandes recompensas, altos cargos no trabalho, carros potentes e caros em sua
garagem, mulheres sensuais e bonitas em sua cama além de jantares nos mais
refinados restaurantes da alta sociedade. Mas o que não imagina que forças
ocultas se esgueiram pela escuridão, sussurrando, seduzindo, encantando,
tentando desviá-lo de seu caminho sagrado. Será que essas forças maléficas
conseguirão obter êxito? Enquanto isso os guerreiros de Orunmilá seguem
atravessando as cidades do continente africano encontrando personagens
fantástico ao longo de seu caminho, o grupo formado por Ogum, o guerreiro louco
que banha-se com o sangue de sua vítimas, Oxóssi, o maior caçador do Aiê cujas
flechas sempre acertam o alvo, Iansã, a mãe das tempestades que consegue se
transformar em qualquer animal da natureza, Oxum, a sedutora senhora das águas
doces, Xangô, o príncipe que pode partir uma árvore ao meio com suas pedras
raio e Exu, o astuto mensageiro de Orunmilá. As mesmas forças que desequilibram
New buscam separar o grupo de guerreiros e atrapalhar ao máximo a conclusão de
sua missão.
O Livro da Traição é uma
leitura fantástica que se aprofunda ainda mais no universo Dos Deuses de Dois
Mundos, as páginas parecem estar encantadas, pois transportam o leitor para outro
mundo, um lugar onde a magia faz parte do dia a dia das pessoas, onde a fúria
dos deuses pode ser sentida na pele, onde a Morte caminha entre os vivos
buscando aqueles cuja hora chegou... Uma viagem ao fantástica e inexplorada
África Ancestral. Recomendado!
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)
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