"Com uma prosa sublime e personagens reais e convincentes, Tigana é
uma proeza admirável." The Montreal
Gazette
"Uma fantasia épica em larga escala... Uma obra brilhantemente
executada e uma história cativante sobre exílio, amor e lealdade."
Aboriginal Science Fiction
"Um livro brilhante e complexo... Um épico arrebatador."
Publishers Weekly
Sinopse:
Tigana é uma obra rara e
encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é
a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas
mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado
pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra
não pode ser lembrado ou pronunciado. Mas anos após a devastação da sua
capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan,
inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a
Península da Palma, numa tentativa de recuperar um nome banido: Tigana. Num
mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico
sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre
as fronteiras da fantasia.
"Não existem caminhos errados. Apenas caminhos que você não sabia
que teria que percorrer."
Eis um livro que me
impressionou, sua leitura foi extremamente diferente do esperado, Tigana se
mostra uma ficção fantástica cujos personagens beiram as raias da realidade, em
seu complexo desenvolvimento e magia é poderosa e sofisticada. Guy Gavriel Kay
possui um estilo de escrita bastante pessoal, dando enfoque às emoções de seus
protagonistas, a relação política existente entre governo e religião, as
tradições, além do poder que advém da magia. A Saída de Emergência fez um belo
trabalho com o livro porém a ideia de dividir Tigana em dois volumes não me
agradou muito, A Lamina Na Alma e A Voz da Vingança como são chamados, ao
terminar o primeiro volume fica aquela estranha e incômoda sensação de que
falta algo, de que a história continuou sozinha e os personagens nos
abandonaram no meio do caminho.
Geralmente os livros de
fantasia em sua primeira metade servem para apresentar os personagens e o mundo
no qual a trama se passará, algum acontecimento passado de extrema relevância
será relembrado em flashbacks pessoais que aumentarão o elo entre leitor e
protagonista, além de principiar os acontecimentos que levarão os dois lados se
enfrentar na segunda metade da história, a parte final. Há todo um ritmo que
cresce ao longo das páginas conforme o mundo se torna conhecido e as dores dos
personagens são assumidas pelo leitor, o ritmo da leitura cresce até alcançar a
voracidade faminta com que as paginas finais são consumidas. Em Tigana, A
Lâmina da Alma, quando a história parece aumentar de ritmo é bruscamente
interrompida pelo final do volume. A Editora teve cuidado com a escolha da
passagem na qual a história acaba, mas mesmo assim sente-se falta do prosseguimento
da trama. Isso é o coração de leitor falando.
Imagine uma fantasia medieval que tem como
cenário um estado renascentista, com alguns toques de Grécia Antiga, e com uma
realidade brutalmente próxima dos despostas dos séculos passados. A Península de Palma tem suas províncias
dominadas por dois magos, que impuseram seus poderes para derrotar os exércitos
e comandar o povo amedrontado, são eles: Alberico de Barbarion e Brandin de Ygrath ambos pertencentes a terras
além de Palma. Mas as pessoas não se deixaram dominar facilmente, cada província
lutou ferozmente por sua liberdade, porém seu erro maior foi não se unir em
frente ao mal comum mas se entrincheirar e enfrentar com armas o poder da
magia. A vitória mais difícil e extenuante coube a Brandin na província de
Tigana, onde os guerreiros enfrentaram até a morte as tropas chefiadas pelo
próprio filho do mago, o confronto trouxe sérias perdas a ambos os lados sendo
o herdeiro de Brandin a mais considerável delas.
Brandin de Ygrath ficou tão
marcado pelo desejo de vingança que o massacre que se seguiu a batalha não
serviu para acabar com seu desejo de sangue. Somente a destruição total de
Tigana serviria como consolo. O mago então lançou um feitiço tão poderoso que
destruiu qualquer lembrança da existência de Tigana da mente dos habitantes de província
de Palma e o nome foi banido daquelas terra, ninguém a não os nativos dela
poderiam pronunciar ou ouvir o nome Tigana, de modo que sua vingança estava
quase completa. Tudo o que restou é a espera que todos os descendentes daqueles
que conseguiram escapar do massacre se esqueçam de suas raízes apagando para
sempre da memória do povo a existência da antiga província. Porém um pequeno
grupo ainda se lembra de sua terra e liderados pelo príncipe perdido partem em
busca de vingança contra o mago e a consequente recuperação do nome de sua
terra natal.
A leitura de Tigana é um pouco
complicada pois exige atenção, a fluidez do texto garante um avanço rápido
porém existem pequenas nuances entre os personagens que podem se perder e
explicam muito da personalidade de determinado protagonista e o porquê de suas
ações, envolvendo lembranças e divagações. Os conceitos de bom e mal são bem
explorados, os dois lados da moeda são apresentados ao leitor cabendo somente a
ele o julgamento do certo e do errado, o caráter é um aspecto bem aproveitado
na trama, todos fazem o que tem de fazer para sobreviver neste mundo cruel. A
ação se enfoca mais na política, as revoltas sussurradas, as traições
familiares, promessas em troca de poder, batalhas de olhares. Se você é um leitor
de fantasia que busca lutas de espadas e grandiosos truques mágicos este
definitivamente não é um livro para você. Agora se busca uma trama mais
complexa, puxe uma cadeira e sirva-se da garrafa de vinho, não encare os outros
ao redor tão gravemente, não garanto sua segurança. É hora de conhecer a
história de Tigana.
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)
Com certeza irei comprar este livro, a história com mescla entre fantasia e real (de certa forma) me agrada muito, gosto de ler devagar e com atenção, mesmo sabendo do final cortado quero conhecer melhor esta história. Parabéns pela resenha.
ResponderExcluirValeu Rafa
Diego de França
Leitor Sagaz
Gostei da capa e da sinopse, pretendo ler em breve mas esse negocio de livro dividido me preocupa... Nao sei se aguento esperar eles lançarem o outro livro logo, se bem que com O Mago foi menos de 3 meses né? Ótima resenha.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirVou começar a ler Tigana ainda hj, e espero gostar desse livro tanto quanto vc! Parabéns pela resenha, muito boa e esclarecedora! :D
Abraços e boas leituras!!!
http://amandatrindadepalavrasaovento.blogspot.com.br/