Sinopse:
No pequeno município de
Murdock, Nova York, crianças anunciam a chegada do Natal entoando cânticos
pelas ruas estreitas, em meio às casas emolduradas pela neve. Mas
acontecimentos terríveis transformam aquele momento mágico num verdadeiro espetáculo
de terror: no intervalo de algumas horas duas jovens são assassinadas, deixando
confuso o xerife Bud Dunsmore. Ambas mortas por treze golpes certeiros... Que
macabro recado estaria dando o assassino?
Natal Negro faz parte da Coleção
Mestres do Horror e da Fantasia publicado por aqui na década de noventa,
escrita pelo desconhecido Thomas Altman, uma grande aposta da Editora Francisco
Alves, o livro surpreende por seu desfecho com uma trama imersa em um clima de
suspense e horror, não se chega a se comparar aos clássicos do gênero, mas dá
uma boa leitura devido ao seu tamanho pequeno e escrita viciante. Altman possui
ainda mais dois livros em português, A Noiva da Maldição e o Beijo do Terror e
seu tema preferido é a loucura humana e a demência, intercalando a narrativa
normal com pequenos lapsos da mente doente do assassino ele consegue criar todo
um ambiente de densidade psicológica, levando o leitor a perseguir suspeitos
junto ao protagonista com a mesma ânsia de conhecer o autor das atrocidades. O
autor trabalha na linha do mistério deixando a identidade do criminoso para ser
revelada apenas nas ultimas páginas.
Bud Dunsmore é o xerife da
pequena cidade de Murdock, um local tranquilo onde os moradores se sentem em
segurança e possuem confiança o suficiente na comunidade para dormir sem
trancar portas e janelas. Bud está chegando a sua própria crise de meia idade,
em um casamento afundado insiste em trocar farpas com a esposa, seu afeto se
divide entre sua filha adolescente e sua amante, não muito mais velha que sua
filha. A vida parece seguir seu curso natural na cidade, o Natal se aproxima e
enfeites brilhantes já cobrem as janelas, músicas típicas dessa época também
podem ser entreouvidas, porém um grito ultrapassa o som do jingle bells. Um
grito feminino de puro pavor, gerado nas profundezas animalescas da garganta
humana. Uma jovem garota é brutalmente assassinada com golpes de machado e o
assassino deixa claro que essa sua única vitima. Bud chega à cena do crime e
seu coração dispara, há mais de vinte e cinco anos não havia um crime deste
tipo por ali, o medo apenas aumenta a medida que o tempo passa e mais uma
vitima é feita. Ele começa a crer que o assassino quer atingi-lo diretamente,
há algo nas mensagens que deixa que...
Thomas Altman possui uma
escrita leve e descontraída, Natal Negro pode não ser seu melhor trabalho, mas
consegue prender a atenção do leitor até as páginas finais. Possui o típico
formato que os suspenses da década de oitenta apresentavam, uma história
pequena e rápida que se passa em um determinado período de tempo, quase nunca
ultrapassando uma semana, na qual a paz de uma pessoa ou cidade é alterada pelo
horror. A preocupação do autor nesses casos era a de relatar vividamente os
acontecimentos de modo que a construção dos personagens, excluindo o
protagonista, era relegada a segundo plano. Uma ótima opção de leitura de fim
de semana. O livro não possui conexão alguma com os filmes de terror homônimos.
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (8/10 Caveiras)
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