Sinopse:
Em um piscar de olhos, todos
com mais de 14 anos desaparecem. Restam adolescentes. Pré-adolescentes.
Crianças. Nenhum adulto. Nenhum professor, policial, médico ou responsável.
Linhas de telefone, redes de televisão e a internet param de funcionar. Não há
como pedir ajuda. A fome é intimidante e a violência começa. Os animais parecem
estar se transformando, e uma criatura sinistra está à espreita. Os próprios
adolescentes estão ficando diferentes, desenvolvendo novos talentos: poderes
inimagináveis, perigosos e mortais, que crescem dia após dia. É um mundo novo e
assustador. É preciso escolher um lado — e a guerra é inevitável.
A minha primeira reação ao
terminar a leitura de Gone foi: Uau! Isso aqui está mesmo sendo vendido como
literatura juvenil? O livro superou em muito minhas expectativas e surpreendeu
pela história e pelos personagens que são extremamente bem aproveitados pelo
autor. Michael Grant consegue escrever
de uma forma leve sobre assuntos bastante pesados, de uma maneira que entretêm
adultos e jovens, com um enredo construÃdo sobre camadas de assuntos sociais
que fazem com que o leitor reflita sobre muitas coisas, entre elas o conceito
de ser humano e sobre a fina barreira chamada sociedade que nos separa dos animais.
Gone pode ser definido como uma
história com a mesma premissa de Sob A Redoma com um traço da critica social de
O Senhor das Moscas juntando isso com uma trama sobrenatural, suspense e
poderes especiais... Em um dia aparentemente normal e de maneira súbita e
rápida todas as pessoas com idade superior a quinze anos desaparecem da cidade.
Sem deixar nenhum rastro, apenas estavam lá e no segundo seguinte já não
estavam mais. A partir disso a trama começa a se desenrolar, as crianças se
veem sozinhas na cidade e passamos a conhecer nossos protagonistas. Nenhum deles se conhecia realmente antes do
acontecido, e muitas vezes a narrativa se desloca entre um e outro até essas
narrações paralelas acabarem convergindo e tornando-se apenas uma. Sem liderança
alguma as crianças ficam perdidas e a falta de informação piora as coisas
causando o caos. É nesse momento de desespero que surgem os valentões. Querendo
mandar em tudo e todos. E para adicionar um sabor especial aos já tensos
acontecimentos os protagonistas se descobrem presos no que parece ser uma
grandiosa parede que redefiniu os limites da cidade, além de que alguns estão
desenvolvendo poderes estranhos. Deste modo o medo impera.
Michael Grant consegue criar
cenas em que a trama evolui rapidamente de uma cena banal para algo grotesco. O
ponto forte do livro é a questão da desconstrução da personalidade e do caráter
pessoal através das atitudes das crianças, situações que por elas são
enfrentadas tirariam a sanidade do adulto mais saudável e produtivo. O medo as
leva a um amadurecimento rápido e a formar lados e frentes em busca de uma
reconstrução da sociedade cada qual com sua nova filosofia. Há muitas mortes na história, o
autor conseguiu captar de uma maneira extraordinária a capacidade para o mal
que as crianças possuem. Não é que elas sejam más, só não viveram tempo
suficiente para a sociedade lançar suas amarras morais e paliativas com relação
à bondade. Chega a ser chocante em algumas cenas como, por exemplo, os bebês
que ficaram sozinhos em casa após o desaparecimento dos pais, quem irá cuidar
deles? Mas nem só de maldade é construÃda a história, há personagens bons e
inocentes, mas Grant gosta de fazê-los enfrentarem grandes dilemas morais. Coisa
que os modifica cada vez mais.
Gone é um livro que é devorado
fácil e rapidamente. Os capÃtulos variam de tamanho de acordo com as cenas e
sua divisão é baseada em uma enigmática contagem regressiva que começa exatamente
em 299 horas e 54 minutos, a cada página esse tempo diminui sugando o leitor
para dentro do livro e fazendo-o sofrer junto com os personagens e sentir as
alegrias das pequenas vitórias. A duração das cenas é bastante cinematográfica,
no ápice da ação o autor sempre corta para a próxima parte onde o suspense
impregna as linhas sempre alternando nos momentos chaves. Esse tipo de escrita
é bem perigosa, pois pode cortar a emoção de uma cena e perder a atenção do
leitor, mas Grant consegue fazer isso com maestria costurando a trama de forma
que envolva e vicie quem a lê. Este é apenas o primeiro livro de uma série de
seis. Uma leitura deliciosamente revigorante e empolgante.
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)
Oie :)
ResponderExcluirNossa agora fiquei com vontade de ler esse livro, gostei de você ter falado : Uau isso está sendo vendido como literatura juvenil hahahaha eu ri muito, abraços !!
http://euvivolendo.blogspot.com.br/ ( comenta lá :D )
O livro é bem sangrento mesmo para se ter protagonistas de quatorze anos se drogando, matando a até praticando canibalismo! rsrs Tipo de coisa que traumatiza uma criança despreparada para aquilo
ExcluirDefinitivamente me chamou a atenção... Pô! Sob a Redoma e Senhor das Moscas?! Oh, cara... Entrou para a lista. Além da premissa ser muito interessante. Ótima resenha.
ResponderExcluirHey! Eu indiquei seu blog para uma TAG! Se você se interessar, veja aqui como é:
ResponderExcluirhttp://sobrelivroseletras.blogspot.com.br/2013/09/tag-campanha-de-incentivo-leitura.html
(tendo em vista que seu blog é voltado para o terror, estou realmente curiosa sobre qual livro você indicaria hahaha)
Beijos!
Bom não tenho o costume de responder a essas coisas mas se fosse indicar um com certeza seria O Iluminado de Stephen King, o primeiro livro que li e o que me despertou para a literatura e refinou meu gosto por terror.
ExcluirGostei muito do enredo desse livro, parece ser muito interessante.
ResponderExcluirbjs
http://www.letrasdanana.blogspot.com.br/
Nossa, parece ser um ótimo livro! Adorei a resenha, parabéns.
ResponderExcluirhttp://amoremler.blogspot.com.br/
Estou querendo ler este livro a muito tempo!
ResponderExcluirhttp://www.thecrazypotter.blogspot.com/