Sinopse:
Em Londres, uma jovem e
atraente designer tenta levar uma vida normal. Maya prefere ignorar o fato de
que descende de uma longa linhagem de Arlequins, guerreiros cuja missão é
proteger os Peregrinos a qualquer custo. Os planos de Maya, no entanto, são
interrompidos quando ela descobre que dois Peregrinos foram encontrados na
Califórnia e que suas vidas estão em risco. Apesar de relutante em se deixar
arrastar para a vida destrutiva e solitária de seus ancestrais, ela foi
treinada para lutar desde criança.
Mercenários a serviço da
Tábula, uma misteriosa organização determinada a pôr ordem no mundo,
controlando em segredo a população, estão à procura dos irmãos Corrigan. Os membros
da Tábula temem que o poder dos Peregrinos possa colocar o trabalho da
corporação em risco, e durante gerações têm se dedicado a exterminar os que
ousam se interpor entre eles e a desavisada população. O autor é um ótimo contador de histórias e
faz dessa luta extraordinária do bem contra o mal algo totalmente crÃvel. O
ritmo é acelerado, os personagens instigantes e memoráveis. O peregrino vai
além para nos dar novos insights sobre nosso passado e o modo como escolhemos
viver nossas vidas.
"A liberdade é o maior mito que já criaram. é um objetivo
destrutivo e inatingÃvel que já provocou muito sofrimento. PouquÃssimas pessoas
conseguem lidar com a liberdade. A sociedade só é saudável e produtiva quando
está sob controle... Além disso, elas raramente reconhecem que estão numa
prisão. Há sempre alguma distração. Uma Guerra no Oriente Médio. Um escândalo
envolvendo celebridades. a Copa do Mundo ou o Super Bowl. Propagandas. Uma
música nova...”
Encontrei esse livro por caso
na biblioteca, o nome do autor me chamou a atenção (um pseudônimo bastante
interessante que poderia ser traduzido como John Doze Falcões) e a sinopse não
foi menos instigante, comparações com George Orwell e Ray Bradbury apenas
aguçaram ainda mais a curiosidade... Quanto terminei a leitura fiquei surpreso
porque o livro não era nada do que eu achava e sim algo muito melhor, porém
John Twelve Hawks possui claras influencias mais de Michael Crichton e Philip K.
Dick de que qualquer outro autor.
O Peregrino faz uma análise sobre
o livre-arbÃtrio, o determinismo, o bem e o mal, controle social e dimensões
alternativas. O mundo está caminhando para uma espécie de futuro altamente
controlado pelo governo, as câmeras estão em cada esquina e porta de lojas
existentes, de modo que todos os seus movimentos são gravados e arquivados por
poderosos computadores que além de tudo possuem um complexo e avançado sistema
de busca, através do qual podem encontrar qualquer pessoa em qualquer lugar do
mundo seja pela análise facial de uma imagem feita por uma câmera obscura no
meio do nada ou pelo exame de certas palavras que um "rebelde" usaria
na internet. É uma grandiosa paranoia.
Em meio a toda essa vigilância
surgem os peregrinos, pessoas com o dom especial de poder viajar entre as
dimensões. No livro há páginas a mais páginas explicando melhor o que eles são
e sobre as dimensões, aliando à ciência a sabedoria milenar dos monges
budistas. Os Peregrinos foram cruelmente perseguidos e executados por agentes
do governo, que é conhecido como Tábula, de modo que hoje existem pouquÃssimas
pessoas com o dom já que ele é transmitido através da linhagem sanguÃnea.
Paralelo a isso, existem os Arlequins, humanos treinados desde o nascimento
para serem máquinas de matar e proteger com suas vidas os Peregrinos.
A narrativa é centrada na ação e
deixa espaço para o leitor respirar, desde o inÃcio o autor deixa claro que os
personagens estão em eterna fuga, pois se pararem muito tempo em algum lugar a
Tábula os captura. Unindo um pouco do cyberpunk ao medieval japonês o livro é
uma leitura fácil e empolgante com bastante informação e material gerador de
opiniões, muitas perguntas se formam na cabeça do leitor conforme as páginas
avançam.
A Identidade de John Twelve
Hawks é desconhecida até mesmo para seus editores, numa boa jogada de
marketing, ele se diz incomunicável com a sociedade por causa do controle
americano de informação e das pessoas. O Peregrino é apenas o primeiro volume
da Trilogia do Quarto Mundo e deixa uma vontade imensa pelos próximos volumes,
felizmente todos já lançados no Brasil. Indicado a todos os leitores que gostam
de uma leitura descompromissada e divertida para se ler em qualquer lugar.
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)
Bem legal, gosto muito de leituras assim, esse trecho aà que você colocou chamo muito a atenção. Já ta na minha lista de livros =]
ResponderExcluirMuito boa a resenha, parabéns .
Abraço
http://tyciahadiresenhas.blogspot.com.br/
li esse livro em 2007. Se tornou um livro inesquecivel. Que me abriu a mente pra todo essa problema da vigilancia eletronica e falta de privacidade, que me fez olhar para Julian Assange e a nao me surpreender com as revelações de Edward Snowden. Snowden ate parece com um dos personagens do livro. Depois disso foi lançado as duas sequencias. Rio Escuro e A Cidade Dourada. Esse ano John lançara , em ingles primeiro, seu novo livro , Spark. Ansioso. Ele sempre responde as msg dos fãs do seu trabalho no seu site. Chega lá!
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