Sinopse:
Há muito tempo as Grandes
Guerras do Passado arruinaram o mundo. Vivendo no pacÃfico Vale Sombrio, o
meio-elfo Shea Ohmsford pouco sabe sobre esses conflitos. Mas o Lorde
Feiticeiro, que todos julgavam morto, planeja regressar e destruir o mundo para
sempre. A única arma capaz de deter esse poder da escuridão é a Espada de
Shannara, que pode ser usada somente por um herdeiro legÃtimo de Shannara. Shea
é o último dessa linhagem e é sobre ele que repousam as esperanças de todas as
raças. Por isso, quando um aterrorizante Portador da Caveira a serviço do mal
voa até o Vale Sombrio, Shea sabe que começará a maior aventura da sua vida.
Terry Brooks surgiu na
literatura nos finais dos anos setenta com a publicação de A Espada de
Shannara, o livro primeiro de uma trilogia que seria sucedido por The Elfstones
Of Shannara e The Wishsong of Shannara, que logo se tornou um sucesso de vendas,
sendo a primeira obra de fantasia a entrar na lista de mais vendidos do The New
York Times. O autor é assumidamente um discÃpulo de Tolkien, as sementes
plantadas pelo grande mestre da fantasia com Senhor dos Anéis e O Hobbit vicejaram
nas mais diversas mentes, resultando em grandiosos universos fantásticos como
outros exemplos temos Stephen King com A Torre Negra e Stephen R. Donaldson com
The Chronicles of Thomas Covenant. As obras escritas nesta época tiveram grande
influência da politica mundial do perÃodo, os escritores traduziam em palavras
os medos mais profundos da população, a iminência de uma guerra biológica e
atômica pairava sobre a imaginação de todos como uma nuvem sombria, criando o
cenário perfeito para o surgimento das distopias pós-apocalÃpticas.
A Espada de Shannara se passa
centenas de anos após as chamadas Grandes Guerras, a humanidade conseguiu
desenvolver seu poderio militar no mesmo nÃvel que a ganancia e uma
catastrófica guerra por poder se seguiu a uma destruição sem limites, que
alteraram drasticamente a geografia terrestre criando novas montanhas, depressões
e continentes. Os sobreviventes foram poucos e estavam tão empenhados na luta
pela vida que a antiga tecnologia se tornou progressivamente obsoleta e logo
foi esquecida, grande parte do conhecimento se perdeu e a humanidade retornou a
uma espécie mais desoladora de idade das trevas. Grandes regiões se tornaram inabitáveis
e inóspitas a vida de modo que as migrações foram se sucedendo em grandes levas
que ocasionaram a formação de grandes grupos populacionais. A radiação
resultante da destruição não moldou apenas o ambiente, mas os seres também, grande
parte dos humanos buscaram refúgio embaixo do solo, com as gerações seus corpos
passaram a se adaptar ao novo estilo de vida ficando mais atarracados e baixos,
surgindo assim os anões. Outros sofreram a pior parte dos efeitos radioativos
se transformando em criaturas como trolls e gnomos. Os homens sobreviveram
assim como uma raça que há muito tempo estava escondida, os elfos.
A história do surgimento das
novas nações é grandiosa e extensa, inúmeras guerras e disputas por terras
foram travadas até uma espécie de paz ser conseguida através do Conselho dos Druidas,
uma organização que reunia os maiores pensadores de cada raça que se
denominaram assim por serem detentores do conhecimento que traria novamente a
era tecnológica de seus antecessores, porém com a sabedoria aprendida pelos
erros que quase custaram a vida de todos. Os sábios se reuniram com fragmentos
de informações da época antes das Grandes Guerras e iniciaram os estudos, porém
o avanço era lento mas após grande esforço algo foi descoberto, não a
tecnologia almejada mas um substituto: a magia. Duas grandes facções surgiram
com opiniões em conflitos, alguns queriam a magia para fins práticos outros a
tratavam com referencia e sua utilização com sabedoria. Por trás dessa
desavença estava um druida chamado Brona que após vários confrontos e sua quase
aniquilação pelo seu rival Bremen se tornou uma entidade maléfica formada de
sombras e medo conhecida como Lorde Feiticeiro, um ser quase indestrutÃvel. A
lenda diz que Bremen criou uma espada com um poder que poderia deter este mal e
a entregou nas mãos do rei elfo Jerle Shannara que enfrentou a criatura. Todos
acreditavam que o Lorde Feiticeiro estava morto até sua sombra ressurgir nas
Terras do Norte, agora apenas um herdeiro da Casa de Shannara possui o direito
de sangue de empunhar a espada e despertar o poder contido nela para combater o
mal renascido.
As comparações com a obra de
Tolkien são inevitáveis porém ao mesmo tempo em que possuem semelhanças óbvias,
as disparidades levam as duas tramas a caminhos diferentes. Enquanto Tolkien é
mais teórico e cuidadoso na criação de linguagens, árvores genealógicas e
extensos apêndices pode-se dizer que Terry Brooks é um escritor mais popular,
sua ênfase está em descrever as aventuras e na criação de um texto de leitura e
entendimento fácil que agrade a grande maioria dos leitores, mas não que seja
relapso com relação a origem do seu mundo e personagens, apenas não se aprofunda
muito evitando cortar o ritmo narrativo, apesar de ser uma leitura fácil, A
Espada de Shannara conta com parágrafos extensos e grandes, as vezes ocupando
quase uma folha inteira. O autor conseguiu criar uma lenda fantástica e mais do
que isso, dar vida a sua própria criação através de personagens exóticos e realistas,
seus protagonistas são heróis improváveis que tem que buscar força dentro de si
mesmos para seguir seu caminho e como todo ser humano fraquejam e se questionam
internamente até o final. E é claro cenas épicas de ação e batalhas grandiosas!
Apesar de ser o primeiro volume
de uma trilogia A Espada de Shannara possui um enredo fechado que se conclui
nas paginas finais, o autor deixa pequenas pontas soltas que servirão de
ligação para os próximos volumes, porém fica claro que novos protagonistas irão
trilhar esses caminhos, que não interferem em nada com o final do enredo
principal. Terry Brooks consegue com sua escrita produzir um livro fantástico
que se torna uma leitura prazerosa não apenas para os fãs de fantasia, mas
também para leitores em geral que nunca tiveram contato com o tema. Indicado a
todos. Boa leitura!
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)
4 Comentários
Aiiiiiii tava esperando tão ansiosamente essa resenha *-* Depois de Mistborn, é uma das fantasias que eu mais quero ler esse ano :3 E sua resenha me fez querer mais ainda! A capa dele ampliada fica mais bonita ainda, até nisso ele é lindo hehe
ResponderExcluirBeijinho :*
Nossa, resenha muito boa. Desde que eu vi a capa deste livro já fiquei curioso, e sua resenha me fez ficar mais doido ainda para ler este livro. E sou fã do Tolkien.
ResponderExcluirÉ por isso que eu gostaria de ler. Ler Tolkien é abrir a mente para possibilidades e uma obra que tem semelhanças e agradável. Vou comprar e ler. :)
ResponderExcluirmuito bom... agora a vontade de ler esse livro cresceu mais para mim (ou seja, pulou algumas posições em minhas listas de livros para ler kkkk)
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