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Resenha | O Bazar dos Sonhos Ruins de Stephen King


Stephen King fez sucesso escrevendo sobre as sombras da noite, mesmo mostrando que podia discorrer sobre as quatro estações, foi sua tripulação de esqueletos que o tornou conhecido, deste modo acabou mergulhando depois da meia noite em pesadelos e paisagens noturnas para mostrar que tudo é eventual e agora, ao cair da noite, em meio a escuridão total sem estrelas, nos mostra seu bazar de sonhos ruins. O próprio King adverte: fique à vontade para escolher seus produtos, mas tenha cuidado, pois os melhores têm dentes.

O Bazar dos Sonhos Ruins é a nova coleção de contos de Stephen King e reúne seus últimos trabalhos no gênero, formada por 19 contos (coincidência?) e dois poemas, grande parte já publicados em revistas ou em formato digital, sendo que dois deles, Mister Delícia e Obituários são inéditos, este último recebeu o Edgar Alan Poe Award de melhor conto.

O diferencial desta coleção está nas breves introduções que Stephen King faz antes da cada uma das estórias, uma espécie de carta direta para o seu leitor fiel na qual discute suas inspirações e contextualiza aspectos pessoais presentes no texto. O que, é claro, melhora ainda mais a experiência da leitura.

Não há como definir a coleção dentro de um só gênero, especialmente para este bazar Stephen King escolheu suas criações mais brilhantes e sombrias, desde o horror explícito de um carro canibal em Milha 81 até o suspense dramático de Obituários. É possível, porém traçar um tema comum à todas as narrativas, a morte é uma presença que paira através de cada linha e seu abraço gelado é a fonte de todos os sonhos ruins... 

Os protagonistas de todas as estórias, de forma direta ou indireta, são forçados à encarar a morte, seja a de um estranho ou um ente querido, em um acidente ou um assassinato, ou até mesmo enfrentar a estranha jornada de sua própria morte. King descreve com detalhes seus sonhos ruins acerca da mortalidade e o medo do que nos espera no além, alguns escritos na mesma época que o sombrio Revival, sua incursão mais aprofundada ao tema.

Ler esta coleção de Stephen King é como entrar em uma casa assombrada, a grande emoção está em testar cada maçaneta para descobrir que tipo de estória bizarra jaz atrás de cada uma das portas obscuras, por isso não vou entrar em detalhes sobre cada conto. Mas deixo o breve aviso: cuidado com o garotinho malvado e não escreva obituários. Sua única luz ao caminhar pelas páginas deste livro será a pequena lanterna que King oferecerá antes de cada conto, não a desperdice. Stephen King não decepciona em O Bazar de Sonhos Ruins.

   O Bazar dos Sonhos Ruins (2017) | Ficha Técnica 
   Título original: The Bazaar of Bad Dreams (2015)
    Autor: Stephen King
   Tradutora: Regiane Winarski 
   Editora: Suma
   Páginas: 528 páginas
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   Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)

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1 Comentários

  1. Foi meu primeiro livro de contos do King. Amei alguns (Ur, Obituários), e achei outros um tanto quanto fracos, mas nada que estragasse a obra. Alguns desses contos, como A Duna, seriam facilmente adaptados para o cinema, ou até mesmo poderiam render um livro todo. Ótima resenha!

    Dicas do Jess

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