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Resenha | Psicótico de Leonard Simon


Psicótico é uma leitura bastante indigesta, principalmente pelo fato do autor dissecar com frieza a mente humana através da apresentação do caso de um psicopata com múltiplas personalidades. O livro é de difícil classificação, uma mistura exótica de thriller psicológico, suspense médico e thriller jurídico em uma combinação estranha e viciante. 

Leonard Simon utiliza sua própria experiência como psicólogo e psicanalista, para criar um protagonista cuja loucura escorre por entre as páginas e se imiscui pela pele do leitor. Imagina o quão perturbador é dividir sua mente com um serial killer, cujos atos de violência você não pode controlar e ser relegado a um mero expectador de sua própria maldade. 

Jake Silver e Claire Baxter formam um casal de psiquiatras que, embora sejam compatíveis na vida a dois, possuem linhas de pensamento completamente diferentes. Jake é eclético, seu tratamento moderno é aberto a quaisquer ideias novas que funcionem para o paciente, enquanto Claire é mais tradicional, uma freudiana clássica que apega aos velhos métodos.

Suas vidas sofrem uma grande mudança com o aparecimento de dois novos pacientes, Arthur Moss, um executivo narcisista com uma sexualidade impetuosa, procura Jake para tratar de suas explosivas enxaquecas, enquanto Alan Maliver, um artista sensível e amedrontado, busca a ajuda de Claire para entender seus misteriosos lapsos de memória.

São pacientes que apresentariam quadros aparentemente normais, senão fosse pelo simples fato do casal descobrir que ambos são a mesma pessoa. Arthur Moss e Alan Maliver não possuem consciência alguma da existência um do outro. De fato, ambos são completamente diferentes, tanto em seus trejeitos e expressões como emocionalmente, mas compartilham uma falha de memória que os impede de se lembrar de fato algum antes dos vinte anos.

Jake e Claire discutem e entram e desacordo sobre a melhor maneira de agir com relação ao caso, o aconselhável seria um tratamento de longo prazo que aos poucos fosse preparando o terreno psicológico para a grande revelação de seu curioso caso ao paciente, mas a abordagem mais efetiva viria do choque de uma descoberta repentina. 

O casal então marca uma sessão com o paciente em que ambos irão lhe revelar a situação, o que não imaginavam era a reação de Arthur Moss/Alan Maliver ao ver seus dois médicos lado a lado, passado o choque inicial uma nova personalidade emerge, violenta e doentia, os ameaça de morte e desaparece. Preocupados com sua segurança os psicólogos buscam investigar a verdadeira identidade do antigo paciente. 

O que descobrem é tão horrível e assustador que o FBI precisa entrar na história. E isso tudo acontece somente nas primeiras vinte páginas do livro. O Psicótico é bem mais que uma capa macabra e os delírios de um psiquiatra que decide se lançar na literatura, é um retrato real de uma doença pouco conhecida, mas que é devastadora para sua vítima. Como condenar alguém por um crime do qual não possui lembranças de ter cometido? 

Como explicar para alguém que sua mente é maculada pela loucura, e que as vozes que escuta são realmente de outras pessoas que dividem o controle de seu cérebro? O resultado é um livro imperdível, o tipo de leitura que impele o leitor a virar página atrás de página, capítulo atrás de capítulo na ânsia de descobrir a verdade por trás do caso. O final é absolutamente impecável e assombroso. Preparado para colocar em jogo sua sanidade? 

   Psicótico (1995) | Ficha Técnica 
   Título original: Dissociated States (1994)
    Autor: Leonard Simon
   Tradutor: ---
   Editora: Record
   Páginas: 317 páginas
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   Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠  (10/10 Caveiras)

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4 Comentários

  1. Nunca tinha ouvido falar deste livro, mas depois de ler esta instigante resenha já decidi ir atrás do meu exemplar !

    bomlivro1811.blogspot.com.br

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  2. Gostei muito dessa resenha, também não tinha ouvido falar do livro, mas fiquei hiper curiosa.

    Ótima dica! Obrigada!

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  3. eu ja li na biblioteca recomendo, é um livro muito viciante

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  4. Acabei de ler o livro. De fato é uma leitura que nos prende do início ao fim. Divaga e trás à tona toda essa complexidade do DMP. Amei

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