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Resenha | As Horas de Odd de Dean Koontz


Desde o momento em que li o primeiro livro da série Odd Thomas me tornei fã do protagonista. Sempre tive a impressão de que o próprio Koontz não imaginava a proporção que sua criação tomaria, exigindo continuações de suas aventuras, sempre em rumo a um perigo mais desafiante junto a um vilão cada vez mais megalomaníaco. As Horas de Odd é o lançamento mais recente da série no Brasil e traz novos personagens a trama principal, com cenas de ação e suspense ininterruptas, do inicio ao fim, este livro é mais ágil que seus antecessores sendo uma leitura rápida e viciante. 

Mais uma vez Koontz consegue criar uma história com traços assustadoramente reais que reflete o medo da sociedade e a podridão que lhe dá forma, mas em contrapartida com seu feroz otimismo nos mostra que nem tudo está perdido. A série Odd Thomas foi escrita em um período de transição do autor. Se compararmos sua obra dos anos oitenta e noventa com suas produções atuais nota-se uma mudança gradual do sobrenatural para um espiritismo otimista onde as concepções de entidade e fantasma se distanciam muito de antigamente. 

Mas mesmo assim não há ninguém que consiga escrever um suspense tão bom como ele. Comparando o primeiro livro com esse lançamento nota-se a falta do terror, mesmo que em pequenas doses Odd Thomas em sua primeira aventura consegue arrepiar o leitor como um sopro gelado de pavor com as cenas de tensão em que os bodachs aparecem. Mas isso diminui gradualmente nas histórias seguintes até chegar a As Horas de Odd onde apesar de ser existente o clima de tensão, não é criado sobre o terror, mas sim sobre as cenas de ação e suspense. Neste romance Odd está mais para James Bond que para investigador paranormal.

O enredo se passa alguns meses depois de Irmão Odd. Nosso protagonista troca o frio invernal do Mosteiro de São Bartolomeu pelo calor opressivo de Magic Beach onde agora reside na casa de um ator famoso aposentado trabalhando como cozinheiro tendo como companhia seus amigos fantasmas: Boo, um cão e o incrível Frank Sinatra. Já nas páginas iniciais Odd nos relata as visões que frequentemente vem sofrendo com uma mulher desconhecida como protagonista e fonte de destruição que vê na sua visão essa mulher está levitando sobre um mar tingido de sangue com um pingente pendendo do pescoço. 

Tentado clarear a cabeça sai em uma caminhada que acaba se estendo além de seu alcance quando encontra a suposta dona de seus pesadelos sendo perseguida por três brutamontes mal-encarados. Assim começa sua corrida alucinada tentando salvar sua vida e em busca de resposta as enigmáticas imagens que se acumulam em sua mente. Um grande desastre está por vir e Odd Thomas fará de tudo para evitar que isso aconteça.

As Horas de Odd por ser rápido em suas cenas de ação possui uma descrição e desenvolvimento de personagens secundários pouco aproveitados. Não há a aparição de nenhum dos já conhecidos habitante de Pico Do Mundo e nenhuma adição significante (exceção à mulher misteriosa) ao "elenco". Koontz se preocupa apenas em tornar o protagonista mais maduro e profundo, sua evolução ao longo da série é visível e palpável. Odd Thomas em sua primeira aventura era ingênuo e inocente, acreditava que seus poderes salvariam o mundo, mas como presenciou nem sempre salvar o mundo significa algo quando o amor de sua vida está além da salvação. 

É esse tom de tristeza e depressão que continua em Odd Para Sempre, a dor da perda é grande e cada lugar antes conhecido se torna um pedacinho de vidro no machucado causado pelas lembranças, motivo esse que o leva a se isolar em um mosteiro em Irmão Odd. Em meio à meditação e aprendizado, a vida lhe renasce diante dos olhos, não com a mesma cor de antigamente, pois para sempre será manchada pelo caos das memórias, mas mesmo assim o suficientemente bela para ele lhe dar uma nova chance em As horas de Odd. Amadurecimento é a palavra chave deste livro.

   
  As Horas de Odd (2013) | Ficha Técnica 
   Título original: Odd Hours (2006)
   Autor: Dean Koontz
   Tradutores: Christian Schwartz e Liliana Negrello
   Editora: Record
   Páginas: 368 páginas
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   Nota: ☠☠☠☠☠☠☠ (7/10 Caveiras)

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2 Comentários

  1. Sou um grande fã do Dean Koontz... Tanto das obras como das adaptações... e a série do Frankenstein é fantástica... a do Odd não fica muito atrás... Ótima resenha!
    Um abraço!
    Um guarda-livros

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    Respostas
    1. Eu li apenas o primeiro livro da saga Frankenstein. É mais policial mas ótima também, pena que pararam de publicá-la no Brasil. Quando a Odd é a melhor saga dele, sua Dark Tower. Obrigado pela visita.

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