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Resenha | O Bom Sujeito de Dean Koontz


Dean Koontz sempre escreveu romances bastante envolventes e viciantes, o tipo de livro que prende desde a primeira página prendeaté o suspiro final da ultima linha. Uma de suas principais características é um enredo que desdobra em dois momentos temporais simultaneamente, o presente  e o passado, misturando uma trama ágil com flashbacks explicativos. É uma ótima maneira de criar um suspense, pois à medida que o tempo passa a situação tende a piorar e caminhar para o inevitável fim o autor aos poucos revela os passos anteriores que levaram a toda essa condição.

E nenhum escritor consegue esse efeito com mais qualidade que Koontz, levar pessoas comuns, como eu e você, a apuros extraordinários mesclando com uma pitada de sobrenatural. Em O Bom Sujeito temos essa exata fórmula, com exceção do sobrenatural coisa que senti falta na trama, levando em conta meu histórico de leitura do autor. Bem, digamos que você está em um bar no final do dia bebendo e pensando na vida quando um cara aparece e senta-se ao seu lado. Ele te confunde com alguém que deveria encontrar no mesmo local, e você ao invés de apontar o erro resolve entrar no jogo e fingir que é quem ele procura. Só por diversão, sabe? 

Mas então ele desliza um envelope pelo balcão e te força a pegá-lo dizendo: "Aqui tem a metade do que combinamos dez mil, o resto você irá receber quando ela estiver morta." Você fica muito impressionado para reagir e o homem sai antes que chame muita atenção. Com um pouco de insegurança você abre o envelope e junto a todo aquele dinheiro encontra uma foto. Uma linda mulher, na sua faixa etária, que sorri para a câmera sem saber que a morte está próxima... Poucos minutos depois o verdadeiro assassino aparece e faz mesma confusão te confundindo com o empregador. 

E agora o que você faria? Lavaria as mãos entregando o envelope a ele e depois se afogando no esquecimento que a bebida traz ou tentaria ajudar aquela estranha? É esse o questionamento que Dean Koontz nos faz já nas primeiras páginas. Há algo em ler Koontz que me fascina muito mais que em outros autores, a sua maneira quase poética de revelar o amago de seus personagens através de pequenos flashes e lembranças que contribuem para desvendar o mistério da estória. Em O Bom Sujeito, os protagonistas tem que lidar com um caso de confusão de identidade e com o verdadeiro sentido de honra e de bondade além do desprezo do vilão pela vida humana.

Com uma trama veloz e capítulos pequenos que se alteram entre a visão do herói e do vilão, Dean constrói um livro viciante e de leitura extremamente prazerosa. Uma viagem pelo interior de cada um com indagações sobre a moral e a bondade das pessoas, mas principalmente uma reflexão sobre o que motiva nossos atos e ações. Um suspense de qualidade que só um mestre do gênero poderia criar.

   
  O Bom Sujeito (2011) | Ficha Técnica 
   Título original: The Good Guy (2007)
   Autor: Dean Koontz
   Tradutora: Marilene Tombini
   Editora: Record
   Páginas: 400 páginas
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   Nota: ☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)

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3 Comentários

  1. Me deu muita vontade de ler. Descobri o Koontz há pouco tempo e Os Estranhos está me esperando ali na estante, mas a paixão com que você o descreveu me faz ter certeza de que não me desapontarei com ele.

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  2. Interessante a premissa do livro. Gosto quando o personagem tem que fazer uma escolha crucial, acho que, quando isso ocorre, é mais bem explorada o psicológico dele.
    Não conheci o autor, e fui pesquisar sobre os livros dele, acabei marcando um na minha lista de futuras leituras.
    Parabéns pela resenha.
    sete-viidas.blogspot.com

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